terça-feira, 7 de julho de 2009

Politicamente (in)correcto - 11 (Caçador vs Cão)

Quando iniciei este Blog, decidi que não seria mais um espaço para alimentar polémicas. Seria antes um espaço de informação e opinião, sendo esta ultima puramente pessoal.
Como todas as opiniões pessoais, haverão aquelas que reunirão consensos e as outras, que criarão divergências.
O assunto que me trás aqui hoje, é dos tais que criará divergências e quiçá polémica, mas sendo a minha opinião pessoal, cá estou para defender a minha dama e assumir responsabilidades.
Binómio caçador/cão no Santo Huberto!
Já correram rios de tinta (e litros de saliva), entre defensores da importância relativa entre ambos nas provas de S.Huberto. Como é do conhecimento geral, quanto ao regulamento do S.Huberto, é atribuído ao caçador 50 pontos, enquanto que ao cão 30 pontos. Há quem considere que a pontuação atribuída ao cão seja muito pequena, comparada com a do caçador e que a importância do cão é tão grande, que deveria ser equiparada à do caçador.
A minha opinião é esta: sendo o Santo Huberto uma prova para Caçador com cão de parar, não acho despropositada a importância relativa que está prevista nos regulamentos. Entendo que a importância do cão vai para além dos “teóricos” trinta pontos. Senão vejamos: o tiro. Sem a paragem da peça pelo cão não há tiro, logo podemos inferir que esses pontos também dependem do cão e assim sendo a importância relativa e partilhada já aumenta para o lado do canito.
“São objectivos das provas de Santo Huberto, para caçadores com cão de parar, promover o espírito desportivo do caçador, formá-lo na correcta prática do acto cinegético, tendo em consideração os aspectos técnicos, legais e cívicos, a função e utilização do cão de parar, num quadro de respeito pela natureza e pela ecologia.” (Extraído do regulamento das provas). Penso que este parágrafo diz tudo acerca dos objectivos e da importância de cada um.
Ouvi a um juiz, que muito considero, que o “par” ideal será um caçador mediano com um cão mediano. Após reflectir sobre o assunto, acabei por lhe dar razão e revi-me na teoria. O segredo estará no equilíbrio e esse (em ultima análise), deve ser estabelecido não só pelo caçador, mas também pelo cão e pela sua importância relativa. Em resumo, acho que actual percentagem atribuída a cada um dos intervenientes estará correcta.
O Santo Huberto não é uma prova de cães. Para avaliar os cães (a 100%) existem as provas de trabalho para cães de parar: Grande busca, Primavera, Caça prática, etc, etc.
O Santo Huberto será uma disciplina menos exigente (sem duvida), mas onde a cumplicidade entre homem e animal estará, porventura, mais exacerbada. Penso que os 50 pontos para o caçador e os 30 para o cão acabam por estar bem distribuídos, tendo em conta que os 20 do tiro podem ser (moralmente) partilhados.
Já ouvi da boca de alguns “homens dos cães” que o S.Huberto é a terceira divisão das provas com cães de parar. Fico triste que pensem assim, apesar de entender o porquê. Deixem então o Santo Huberto para aqueles que (como eu), não temos conhecimentos nem capacidade de ir mais além, mas que também temos o direito de nos divertirmos com os nossos fiéis amigos.
O Santo Huberto poderá e deverá ser mais do que uma simples competição. Poderá servir para mudar mentalidades, aproximar os caçadores do universo do cão de parar e despertar consciências (tantas vezes) adormecidas.