Hoje é o dia do Santo Huberto. Da estória da sua vida podemos inferir que a caça é uma actividade ancestral. É o santo padroeiro dos caçadores e o seu nome foi também o escolhido para baptizar esta tão querida modalidade.
O "nosso" Santo Huberto tem passado por algumas fazes boas e outras menos boas. Umas fruto do tempo em que vivemos (ataques dos animalistas anti-caça), outras fruto das opções de quem o tutela. Não é novidade para ninguém que as federações de caçadores também passam por dificuldades e têm vindo, ano após ano, a "desacelerar". Mas nesse capítulo, honra seja feita à Fencaça que, apesar de todas as contrariedades e condicionantes provocadas pela pandemia, nunca deixou de organizar o seu Campeonato Nacional. Adaptou-se, reorganizou a sua forma, mas não parou.
No caso da CNCP, que era responsável por grande número de provas regionais e que culminava na final do CN, há três anos que o Santo Huberto entrou em declínio. As poucas provas que algumas federações organizaram nos últimos dois anos não tiveram qualquer seguimento a nível nacional e não é de esperar que hajam grandes novidades para o próximo ano. Faço aqui um apelo aos seus dirigentes para que não deixem morrer uma actividade que tinha tão grande tradição na CNCP. Talvez esteja na hora de rever a orgânica do campeonato e de se adaptarem à nova realidade, por forma a inverter uma anunciada morte lenta.
Por fim gostaria de falar sobre um assunto que poderá ser polémico, mas que eu chamo de o "Rei vai nú" do Santo Huberto. Não tentem fazer de uma prova de Santo Huberto uma espécie de prova de caça prática, onde o papel do caçador é servir o cão.
"Campos corridos", "Perdizes soltas", vão acabar com a modalidade e afastar os já poucos concorrentes que por cá andam. Os terrenos onde se fazem, normalmente, as provas não têm as dimensões, nem a qualidade necessárias, por forma a que todos os concorrentes tenham as mesmas condições e oportunidades. E não me venham com o argumento que é uma questão de sorte.
O Santo Huberto deve ser uma prova de competência onde o factor sorte deve ter o menor peso possível. Jogos de sorte são a raspadinha ou o euromilhões...
No Santo Huberto tem de haver igualdade de condições para todos, do primeiro, ao último concorrente da série. Querer inventar o que já foi inventado e alterar paradigmas, só para ser "moderno", ou agradar a alguns, às vezes não dá bom resultado.
Tenham um bom dia de Santo Huberto.